sábado, 4 de março de 2023

Cartunista Paulo Caruso morre aos 73 anos em São Paulo

Legenda da foto: O cartunista Paulo Caruso — (Crédito da foto: reprodução/paulocaruso.com)

Publicação compartilhada do site G1 GLOBO SP, em 4 de março de 2023 

Cartunista Paulo Caruso morre aos 73 anos em São Paulo

Ele estava internado em um hospital na região central da capital onde morreu na manhã deste sábado (4). Paulo era um dos chargistas mais importantes do país e unia humor com a história política do Brasil.

Por g1 SP — São Paulo

O cartunista Paulo Caruso, de 73 anos, morreu na manhã deste sábado (4) em São Paulo. Ele estava internado no Hospital 9 de Julho, no Centro da capital. O hospital confirmou que ele estava internado na unidade e morreu nesta manhã.

Caricaturista, ilustrador, chargista e músico, Paulo José Hespanha Caruso nasceu na capital paulista em 6 de dezembro de 1949. Ele é irmão gêmeo de Chico Caruso, também cartunista.

Cursou arquitetura na Universidade de São Paulo (USP) no início dos anos 1970, mas não exerceu a profissão. Em 1985, no Salão de Humor de Piracicaba, no interior de São Paulo, uniu a paixão pela música ao amor pelos cartuns e montou uma banda só com cartunistas.

Paulo teve uma trajetória individual bem marcada, mas nunca deixou de fazer parceria com o irmão.

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REPERCUSSÃO: Amigos lamentam morte do cartunista

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Humor e história política

No programa “Conversa com Bial”, Paulo afirmou que os dois começaram cedo na arte do desenho.

“Desde os 4, 5 anos de idade a gente desenhava sem parar, incentivado pelo nosso avô materno, que era pintor amador, pegava na mão da gente e ensinava a desenhar. Foi quem me ensinou a tocar violão também.”

'Ligava exigindo alguma coisa, mas era o jeitão dele': participantes lembram relação de Paulo Caruso com Salão Internacional de Humor

Na mesma entrevista, Chico contou que em 1969, com 18 anos, eles estavam começando a trabalhar em jornal, “aí a politização foi quase uma obrigação”.

Carreira profissional

Paulo Caruso começou a vida profissional no “Diário Popular” no final da década de 1960 e também colaborou com os jornais “Folha de S.Paulo” e “Movimento”.

Nos anos 1970, foi para “O Pasquim”, ao lado de Millôr Fernandes (1923-2012), Jaguar e Ziraldo. A partir de 1988, publicou, na revista “IstoÉ”, a coluna de humor Avenida Brasil, onde sintetizou, com sátira e humor, vários momentos da história política do país.

Em 1992, lançou o livro "Avenida Brasil", em que reuniu centenas de charges políticas, publicadas em jornais e revistas. O principal foco, na época, era o presidente Fernando Collor de Mello. Também é autor de “As Origens do Capitão Bandeira” (1983), ”Ecos do Ipiranga” (1984), “Bar Brasil na Nova República” (1986) e “A Transição pela Via das Dúvidas” (1989).

“A matéria-prima é toda fornecida pelo governo. Eu acho que nós, cartunistas, deveríamos virar ‘estatal’ porque nós dependemos tanto do governo para nossa produção”, brincou.

Recebeu vários prêmios, entre eles, o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, em 1994.

"Esse artista monumental não está mais aqui. Mas como diz Eliana Caruso, de tão vivo, ele continua vivo, pelo trabalho, pela obra, por tudo que ele deixa. Eu não sei como lidar com tudo isso. Tchau, Paulo. Um beijo para você".

Texto e imagem reprrduzidos do site: g1.globo.com/sp/sao-paulo

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Histórias em quadrinhos estimulam leitura e promovem aprendizado



Marlone Santana




Renato Mascaenhas


Créditos das fotos: Igor Matias

Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 30 de Janeiro de 2023

Histórias em quadrinhos estimulam leitura e promovem aprendizado

Celebrado em 30 de janeiro, Dia Nacional das HQs lembra a importância do gênero literário na formação de jovens leitores e artistas

Literatura, entretenimento, educação, diversão. As histórias em quadrinhos, ou HQs, reúnem todos esses elementos e mantêm leitores fieis em todo o mundo. Em Aracaju, a Biblioteca Pública Epiphanio Dória é uma referência no tema, sendo a única do Nordeste a contar com uma sala específica de quadrinhos. No dia 30 de janeiro, quando se comemora o Dia Nacional das HQs, leitores e autores sergipanos celebram e contam sua história de amor com esse gênero literário.

E essa história, na maioria das vezes, começa ainda na fase infantil. É o caso do fã de HQs Marlone Santana, que conduziu toda a sua vida pessoal e profissional em torno dos quadrinhos. De leitor de Mauricio de Sousa e Ziraldo na infância, Marlone se tornou professor de Artes, com o propósito de se aprofundar no estudo das HQs. Mais além, o professor se transformou também em autor, assinando o quadrinho Serigy.

“Comecei ainda criança, com histórias da Turma da Mônica, do Menino Maluquinho... E com o passar do tempo, chegando à adolescência, tive contato com um quadrinho mais pop, com histórias de super-herói e com a indústria japonesa. Eu também gostava de desenhar, e precisei entrar mais a fundo nessa necessidade de criar. Por isso, me formei em Artes Visuais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), já com o propósito de trabalhar com HQs. Eu estava muito interessado na linguagem, na forma artística, e também em como o quadrinho pode ser uma ferramenta para despertar novos leitores”, explica.

Para o advogado Renato Mascarenhas, a experiência foi semelhante. “Comecei a ler quadrinhos ainda pequeno. Eu ficava simplesmente encantado com o modo simples e divertido com que aquelas histórias eram contadas. Hoje, posso afirmar que os quadrinhos mudaram a minha vida”, resume. Hoje, além de autor, Renato é também revisor de HQs.

Quem também aliou o gosto pelos quadrinhos à carreira profissional foi o coordenador de projetos da Epiphanio Dória, Gilvan Filho. Idealizador da sala de quadrinhos na biblioteca, Gilvan não só se dedicou à construção do acervo como segue organizando eventos voltados à formação de leitores e criadores de HQs.

“Sou graduado em Letras e mestre em Literatura, e comecei a ler através das revistas em quadrinhos, com 8 ou 9 anos. É um prazer enorme ter uma sala de quadrinhos na Epiphanio, porque são HQs que antes eram de difícil acesso e hoje estão disponíveis para toda a população. E a gente também oferece, por exemplo, oficinas de produção de roteiro em quadrinhos, ensinando o público a criar”, relata.

Sala de quadrinhos

A sala de quadrinhos da Biblioteca Pública Epiphanio Dória nasceu em março de 2019, fruto do esforço de alguns entusiastas das HQs. Mas, para além desses esforços, foi necessária também certa ajuda do acaso. “Sempre quis implantar uma sala de quadrinhos na Epiphanio, mas não tínhamos acervo suficiente. Falei da ideia para algumas pessoas, e, por acaso, soube de um colega que estava para se desfazer de sua coleção porque iria mudar de país. Ele doou vários exemplares, e também conseguimos outras doações. Hoje, temos um acervo de cinco mil quadrinhos, muitos deles raros”, conta Gilvan Filho.

No acervo de quadrinhos da Epiphanio estão, ainda, diversos títulos sergipanos. “Temos muitos exemplares da Serigy Comics, que é produção de Sergipe e que traz personagens conhecidos para nós, como Zé Peixe e Maria Feliciana. Também promovemos encontros de HQ, palestras, eventos de cosplay e outros. E a gente tem sentido um aumento do interesse. A sala de quadrinhos é uma das mais procuradas da biblioteca, tanto por adultos quanto por adolescentes”, detalha.

Segundo Marlone Santana, a existência de uma sala de quadrinhos pública tem relevância estratégica. “Por questões financeiras, as HQs acabam sendo um gênero de nicho. Então, o acervo da Epiphanio serve não só como uma forma de registro, de memória, mas também para entender a estética dos quadrinhos e a mudança dela ao longo dos tempos”, ressalta.

Educação

Mais do que um passatempo, as HQs também funcionam como suporte educacional. “O quadrinho pode ser trabalhado nas escolas de diversas formas. Ele consolida o hábito da leitura e funciona como um eficiente material de apoio. Estudar história, por exemplo, com o estímulo visual das ilustrações, potencializa o aprendizado. HQs também estimulam a criatividade e aumentam a participação em sala de aula”, lista Renato Mascarenhas.

Marlone lembra que a linguagem dos quadrinhos pode facilitar leituras mais densas. “O quadrinho pode ser uma porta de entrada para a literatura. É uma forma de entrar em contato com os clássicos, através de adaptações literárias. Ele também ajuda o leitor a se guiar por meio das imagens, trazendo um texto um pouco mais acessível. As HQs podem auxiliar, até mesmo, no entendimento de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, pontua.

Gilvan Filho concorda. “É indispensável que os professores utilizem os quadrinhos em sala de aula, porque eles trazem temáticas atuais e trazem conhecimento para os jovens de maneira lúdica”, opina.

Dia Nacional

Mesmo mantendo um público cativo, as HQs ainda passam por dificuldades relacionadas à produção e ao seu reconhecimento como gênero literário. Esse cenário se agrava quando consideramos a produção nacional e local. “Antigamente, as HQs não eram bem vistas. Elas não eram consideradas literatura séria, legítima, e eram olhadas apenas como coisa de criança. Essa visão mudou para a maioria das pessoas, mas o quadrinho nacional, mesmo sendo muito forte, ainda é pouco reconhecido dentro do Brasil. Os mangás acabam dominando a cena e os quadrinhos brasileiros acabam saindo mais caros. Por isso, vemos a importância de grupos e coletivos dedicados a divulgar a produção local e apoiar os artistas independentes”, sublinha Marlone Santana.

Por esse motivo, um dia especialmente dedicado à celebração dos quadrinhos no Brasil traz consigo, também, uma proposta de resistência e valorização. “O Dia Nacional das HQs serve, sobretudo, para ressaltar a importância desse tipo de produção na formação de crianças e adolescentes. Não podemos esquecer que os quadrinhos estimulam a escrita e a leitura, melhoram o vocabulário, desenvolvem habilidades cognitivas e, principalmente, promovem a aproximação dos leitores com a arte. O Brasil abriga uma série de artistas importantíssimos para o mundo dos quadrinhos e teve fundamental importância no desenvolvimento dessa produção ao longo dos anos. Que o dia continue tendo justamente essa função: de mostrar às pessoas a importância da arte e seu impacto social”, considera Renato Mascarenhas.

E não é à toa que a data de 30 de janeiro foi escolhida. Pesquisas especializadas dão conta de que a primeira HQ do mundo foi publicada na década de 90 do século XIX. Nesse contexto, o quadrinho estadunidense ‘O Garoto Amarelo’, de 1897, é considerado um marco. Porém, registros históricos mostram que nos anos 60 do mesmo século já havia publicações do gênero em território brasileiro. ‘As Aventuras de Nhô Quim’, cujo primeiro número foi publicado no jornal A Vida Fluminense em 30 de janeiro de 1969, é um precursor nesta história.

“A importância do dia 30 é histórica. É um dia para entender nossa história, celebrar essa memória e também uma data de luta, por aqueles que resistem lendo e produzindo quadrinhos”, acrescenta Marlone.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

domingo, 7 de agosto de 2022

Festival de Quadrinhos lota Minascentro, em BH

 Legenda da foto: A criançada participou com 
entusiasmo na 11ª edição do FIQ/BH
 Crédito da foto: Alexandre Guzansh/EM-DA Press/BH/MG

Legenda da foto: Rafa Pinheiro, do Rio de Janeiro, 
comemorou o retorno presencial do FIQ/BH
Crédito da foto: Alexandre Guzansh/EM-DA Press/BH/MG

Publicação compartilhada do site ESTADO DE MINAS, de 6 de agosto de 2022 

Festival de Quadrinhos lota Minascentro, em BH

Público de todas as idades compareceu em massa ao FIQ, que termina neste domingo (7/8), após quatro anos sem realização presencial

Por Elian Guimarães

Desenhos, cores, super heróis e muita gente marcaram o penúltimo dia da 11ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), no Minascentro, em Belo Horizonte. O evento, o primeiro de tamanha dimensão do gênero no Brasil pós-pandemia, teve início na quarta-feira (3/8) e se encerrama amanhã, domingo (7/8). Quem marcou presença encontrou um público vibrante, de visitantes de todas as idades, criadores e expositores.

A versão presencial do evento não era realizada desde 2018. Sob a temática "Quadrinhos e o mundo do trabalho", o encontro incluiu oficinas, exposições, sessões de filmes, mesas de artistas, feira de quadrinhos, debates, sessões de autógrafos, duelos de HQs, rodada de negócios, entre outras atividades.

De acordo com a prefeitura, até amanhã serão compartilhadas 30 horas de atividades no auditório, 25 mesas de debates, dois convidados internacionais, 26 convidados nacionais, 29 convidados locais, 189 mesas de artistas, cerca de 300 artistas na feira, 13 editoras na rodada de negócios, 138 artistas inscritos para a rodada, 30 horas de oficinas básicas, quatro oficinas de formação, 10 sessões de filmes, duas exposições, cerca de 100 escolas inscritas para visita e 11 estandes.

O público somente será divulgado pela Fundação Municipal de Cultura na segunda (8/8). O evento é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Luminar.

Quadrinhos viram aliados da educação

O clima colorido e descontraído contagiou os alunos da educação básica da Escola Municipal Monsenhor João Rodrigues de Oliveira, do Bairro São Geraldo, na Região Leste da capital. Munidas de sacolinhas cheias de livros e desenhos, a meninada, com idades entre 7 e 10 anos, mostrou-se criteriosa na escolha do produto que levaria pra casa. Cada um recebeu um vale-livro de R$ 15 para as compras. "Eles estão escolhendo, bem à vontade, aprendendo a adquirir, calcular sobre a questão financeira, reservando o que dá ou não para comprar com o dinheiro que têm, uma atividade multidisciplinar", explicou a coordenadora da educação integrada e professora Gladys Mary Monteiro, de 63 anos.

Gladys Monteiro se disse convicta de que esses momentos culturais fazem toda a diferença na vida das crianças. Uma oportunidade de participar de um evento em que muitas famílias não têm condições de deslocamento ou mesmo conhecimento da representatividade para seus filhos. 

"O quadrinho é um ganho super interessante, um trabalho que se desdobra em sala de aula com a leitura, escrita, no processo de alfabetização, de visualizar arte, incentivá-los a criar. O quadrinho, além de todos esses incentivos de leitura, escrita e criação de montarem as próprias histórias, remete a uma diferenciação entre pedagógico e o imaginário", observa a coordenadora de educação.

Antes da visita, a escola orientou os alunos sobre o evento, seu significado, por se tratar de um encontro internacional, e sobre as atividades diversas que encontrariam. "A referência da maioria tem a ver com a 'Turma da Mônica' (de Mauricio de Sousa), aqui estão visualizando outros tipos de quadrinho e a arte como um todo. É nossa primeira vez, o espaço é muito bom e estamos muito animados". 

Artistas comemoram contato com o público

A ilustradora e quadrinista do Recife (PE), Bennê Oliveira, 23 anos, classificou de "encantadora" a experiência. É a primeira vez que participa do FIQ e, já na estreia, veio como convidada e participante de duas mesas, sobre produção independente e trabalhos web. "Minha primeira feira, achando muito bem organizada com muita assistência aos convidados. Um local muito bom para conversar, um público excelente."

Bennê conta que começou a produzir tirinhas em 2018, diante da necessidade de trabalhar alguns desabafos ou maneira de se comunicar. Por achar a forma escrita insuficiente para atrair as pessoas, encontrou, através dos quadrinhos, a comunicação de forma visual, uma tentativa de  compartilhar sobre meus anseios, "um trabalho meio autobiográfico, trabalhando questões internas das quais sentia necessidade de exteriorizar. Forma de tratar minha insanidade, mas também a insanidade do mundo  ao meu redor. As coisas te contaminam, as questões urbanas, suburbanas onde moro no Recife."  

Quadrinista Rafa Pinheiro

Pela terceira vez em BH para o FIQ, Rafa Pinheiro, 29 anos, quadrinista, editor chefe Universo Guará, do Rio de Janeiro,  que começou a criar quadrinhos ainda criança e partiu para o profissionalismo em 2014, considerou "uma cartase" voltar a encontrar as pessoas. "Isto aqui é o primeiro grande evento de quadrinhos no Brasil, as pessoas precisavam sair, voltar a se encontrar."

Sobre o FIQ BH

Em 1997, quando Belo Horizonte comemorou seu primeiro centenário, a capital foi sede de diversos eventos e homenagens. Um deles, em especial, chamou a atenção de todos, com convidados nacionais e internacionais de renome, transformando BH, pela primeira vez, no maior ponto de encontro latino-americano de HQs. Era a 1ª Bienal de Quadrinhos, realizada nos espaços nobres e históricos da Serraria Souza Pinto. 

A partir de 1999, rebatizado como Festival Internacional de Quadrinhos - FIQ, o evento configurou-se como referência obrigatória para os quadrinistas e hoje pode ser considerado o principal do gênero na América Latina.

A edição presencial mais recente do FIQ BH, realizada em 2018, recebeu mais de 80 mil pessoas. O festival é um espaço de encontro entre profissionais e de troca de experiências artísticas e pedagógicas relacionadas à linguagem da arte sequencial. Além das diversas atividades oferecidas, artistas acadêmicos convidados estimulam a capacitação de profissionais e incentivam a formação de jovens quadrinistas.

Texto e imagens reproduzidos do site: em.com.br

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Histórias em quadrinhos tem espaço em Biblioteca de Aracaju/SE.

O espaço possui um acervo com mais de 2 mil quadrinhos de valor inestimável. (Foto: Ascom/BPED)

Publicação compartilhada do site do Portal INFONET, de 12 de maio de 2022

Histórias em quadrinhos tem espaço na Biblioteca Epiphanio Dória

Quem não gosta de se sentar num cantinho bem confortável, pegar aquela revista em quadrinhos e se divertir lendo histórias mirabolantes? As histórias em quadrinhos têm fãs por todo o mundo, e aqui em Sergipe não é diferente. E a boa notícia é que na manhã desta quarta-feira, 11, foi inaugurada a Sala de HQs da Biblioteca Pública Estadual Epihânio Dória.

O espaço possui um acervo com mais de 2 mil quadrinhos de valor inestimável,  por ser composta de séries completas e raras e pelo grande volume de exemplares. Com a inauguração,  a Bped se torna uma das poucas bibliotecas do Brasil a possuir e conservar uma coleção de quadrinhos com esta amplitude e se coloca no mesmo patamar de grandes bibliotecas nacionais.

A inauguração contou com uma programação extensa nesse primeiro dia, com Mesa Redonda de debates sobre HQs com o tema: “HQs e seus Diálogos”; com a participação dos professores: Valéria Aparecida Bari, Victor Wladimir Cerqueira, Derley Menezes Alves e Max Batista Vieira. A tarde  teve exibição do Anime: AKIRA (Katsuhiro Otomo). Nesta quinta, 12,  a programação segue com palestra; oficinas;  além de exposição composta pelas primeiras revistas que publicaram histórias em quadrinhos no Brasil; O Tico-Tico, a revista Guri e a revista Gibi, cuja publicação consolidou o mercado de HQ no Brasil e formou gerações de fãs. Essas edições especiais fazem parte do acervo de Obras Raras da biblioteca e estão à disposição dos usuários para  que os mesmos saibam um pouco mais sobre o mundo e a importância das HQs.

“É de extrema importância termos na biblioteca Epiphanio Dória um acervo de HQs tão rico e variado, não apenas em quantidade, mas também por sua temática diversa, servindo para o público adulto e adolescente. Sabemos que as Histórias em Quadrinhos são também uma porta que desperta o interesse à literatura, por possuir sequências narrativas facilmente identificadas, dada à disposição das ilustrações, quadros e balões, apresentam histórias e valores em diferentes níveis de complexidade, constituindo um ótimo instrumento para a leitura individual e educacional. Temos certeza de que todos vão adorar, e que essa nova área será muito utilizada e apreciada”,  comentou  Juciene Maria de Jesus, diretora da Instituição, que em sua fala também fez questão de agradecer todos os envolvidos na iniciativa. “Meu agradecimento a todos os envolvidos nesse projeto, em especial ao idealizador do espaço, Gilvan José, coordenador de projetos da Bped; Caio Leone Casanova, instrutor de novas tecnologias; Douglas Barros, coordenador de audiovisual  e a Joyce Dayse, bibliotecária”, finalizou.

O Espaço HQs é aberto ao público em geral e funciona das 7h às 17h no segundo andar da Biblioteca. A coleção já está disponível para consulta e também em processo de digitalização para que em breve seja disponibilizado em formato digital aos usuários.

Fonte: Ascom/Biblioteca Epiphanio Dória

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Cartunista brasileiro Angeli se aposenta das charges devido à doença

Imagem - UOL

Reprodução/Angeli

Texto publicado originalmente no site CANAL TECH, em 20 de abril de 2022

Cartunista brasileiro Angeli se aposenta das charges devido à doença afasia

Home  Entretenimento  Quadrinhos

Por Dácio Castelo Branco | Editado por Claudio Yuge | 20 de Abril de 2022 

Após 50 anos de carreira, o cartunista Arnaldo Angeli Filho, o Angeli, um dos mais importantes nomes dos quadrinhos underground no Brasil, anunciou que está se aposentando das produções de charges inéditas nesta quarta-feira (20), por conta de um diagnóstico de afasia.

A afasia é uma doença neurodegenerativa que prejudica a comunicação do paciente, e que conforme evolui, pode chegar a incapacitar a expressão do indivíduo seja por forma verbal ou escrita. Recentemente, Bruce Willis, ator estadunidense famoso por filmes de ação como Duro de Matar, também anunciou a aposentadoria do cinema pela mesma condição de Angeli.

A informação da aposentadoria de Angeli foi divulgada pelo perfil pessoal do chargista no Twitter e pela Folha de SP, jornal em que o cartunista colaborou com tiras e charges durante boa parte de seus 50 anos de carreira.

A importância de Angeli no quadrinho nacional

Nascido em 31 de agosto de 1956, Angeli começou cedo na carreira, tendo seu primeiro desenho publicado aos 14 anos na extinta revista Senhor. Sua colaboração com a Folha de S.Paulo teve início em 1973, com a publicação da tira Chiclete com Banana - seriado que ao passar dos anos introduziu personagens ícones dos quadrinhos underground brasileiro, como Bob Cuspe, os Skrotinhos e Rê Bordosa.

As obras de Angeli sempre abordavam cotidianos brasileiros sobre uma estética underground, com traços grossos e várias camadas de ironia. O sucesso levou a Chiclete com Banana virar uma publicação própria em 1985 pela Circo Editora, em que o título se tornou um sucesso de vendas brasileiro, chegando, segundo informações do site Cultura930, a ter 120 mil cópias em circulação.

O sucesso se deu pela forma que Angeli retratava e abordava os assuntos da época — um período de transformação política e social em que a juventude brasileira começava a embarcar em movimentos e hábitos que, durante décadas, pareciam fora da realidade do país. A publicação solo durou até meados dos anos 1990, mas continuando a publicar tiras na Folha de S. Paulo.

Angeli continuou publicando tiras na Folha de S. Paulo por cerca de duas décadas após o fim da revista Chiclete com Banana — com o mesmo tom narrativo — anterior, e ainda com a mesma capacidade de atrair os sentimentos de jovens e adultos brasileiros. Em 2016, porém, ele também parou com as tiras, se dedicando somente as charges políticas.

Para a cartunista Laerte, outro importante ícone dos quadrinhos brasileiros, em entrevista para a Folha de S. Paulo, Angeli é um pilar do humor paulista e do conteúdo de tiras de jornais no país: "A ponte que ele faz entre a linguagem dos quadrinhos e dos cartuns é algo inédito, absolutamente dele. Tem um traço plasticamente muito forte, que ficou mais evidente nas suas charges mais recentes. Uma espécie de expressionismo da Casa Verde." afirma a artista sobre o colega de profissão.

Fonte: Folhade S. Paulo, Angeli, Cultura930

Texto reproduzido do site: canaltech.com.br

quarta-feira, 30 de março de 2022

Artista gráfico Elifas Andreato morre em SP aos 76 anos

Legenda da foto: de 2018 do ilustrador e designer gráfico Elifas Andreato. (Crédito da Foto: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO)

Adoniran Barbosa — Foto: Elifas Andreato

Legenda da Foto: Capa do disco "Nervos de Aço", de Paulinho da Viola, ilustrada por Elifas Andreato — Crédito da Foto: Reprodução

 Publicado originalmente no site G1 GLOBO, em 29 de março de 2022  

Artista gráfico Elifas Andreato morre em SP aos 76 anos

Segundo parentes, ele morreu após complicações em decorrência de um infarto. Elifas ficou conhecido pelas mais de 360 capas de discos que produziu para artistas como Chico Buarque, Paulinho da Viola e Elis Regina.

Por g1 SP e TV Globo — São Paulo

Elifas Andreato, um dos maiores artistas gráficos do país, morreu nesta terça-feira (29) aos 76 anos em São Paulo. A informação foi confirmada à TV Globo pela filha do artista, Laura Andreato.

Natural do Paraná, o artista residia na capital paulista e morreu após complicações decorrentes de um infarto que havia sofrido há alguns dias.

Segundo a família, o corpo do artista será velado no crematório da Vila Alpina, na Zona Leste da capital paulista, às 16h.

Elifas tinha mais de 40 anos de carreira e ficou conhecido principalmente pelas 362 capas de discos que produziu, principalmente nos anos 70, de artistas como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Adoniran Barbosa, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Toquinho e Vinícius de Moraes.

MAURO FERREIRA: Elifas Andreato deixa obra indelével na discografia brasileira com retratos humanistas de um povo sofrido e emotivo

Repercussão

Artistas e personalidades fizeram homenagens a Andreato nas redes sociais.

A cartunista Laerte escreveu no Twitter: “Ah, tristeza maior! - o Elifas Andreato morreu. Beijo, Elifas! Ô coisa.”

O cantor Emicida também se manifestou: "Aquele que melhor ilustrou a alma brasileira, foi agora para junto das estrelas e de lá seguirá nos inspirando. Porque a vida tem que ser bonita sim e é pra isso que a arte existe! Obrigado mestre. Que a terra lhe seja leve!”

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com

sábado, 9 de outubro de 2021

Cartunista Nani morre aos 70 anos vítima da Covid-19 em Belo Horizonte


Publicado originalmente no site G1 GLOBO, em 8 de outubro de 2021

  

Cartunista Nani morre aos 70 anos vítima da Covid-19 em Belo Horizonte 


Mineiro de Esmeraldas, na Grande BH, criador da tira Vereda Tropical estava internado havia uma semana. Ele trabalhou ao lado de Chico Anysio por 20 anos, escreveu livros e foi reconhecido em diversas premiações. 


Por Carine Tavares, TV Globo — Belo Horizonte 


O cartunista Nani, criador da tira Vereda Tropical, morreu nesta sexta-feira (8), em Belo Horizonte. Aos 70 anos, ele foi vítima da Covid-19, segundo informações da família. 


Nani deixa dois filhos, Juliano e Danilo, uma neta, a Manuela, e a mulher, Inez. 


O corpo será cremado neste sábado (9) às 10h, no Parque Renascer, em Contagem, Grande BH. 


Mineiro de Esmeraldas, na Região Metropolitana, ele estava fazendo isolamento em sua cidade natal desde o início deste ano, quando se mudou do Rio, mas foi infectado pelo coronavírus. 


De acordo com a família, Nani estava internado havia uma semana na capital mineira. 


Nani fazia parte do grupo de risco para a Covid-19. Ele ficou conhecido na medicina brasileira por ter passado por três transplantes de fígado em apenas um mês. 


A carreira 


Conhecido em todo o país pelo apelido, Ernani Diniz Lucas nasceu em 27 de fevereiro de 1951. Aos 20 anos, começou a carreira em Belo Horizonte, publicando charges. Pouco depois, em 1973, mudou-se para o Rio de Janeiro. 


Ao longo da trajetória profissional, colaborou com O Pasquim e foi chargista de O Globo. Também publicou em veículos como Jornal dos Sports, Última Hora e O Dia. 


O cartunista de humor ficou conhecido por ser o criador da tirinha Vereda Tropical, publicada em diversos jornais pelo brasil na década de 1980. A tira satirizava a situação política e social brasileira da época. 

Na TV Globo, Nani trabalhou ao lado de Chico Anysio por 20 anos, como roteirista em Chico Total e Escolinha do Professor Raimundo  


Escolinha do Professor Raimundo: O mestre 


Segundo os amigos, era nos bares de Esmeraldas que ele se inspirava para os roteiros que escrevia para a Globo. Ao ouvir os amigos nos barzinhos, ele criava bordões que seriam usados, por exemplo, nos episódios com o Chico Anysio. 


Ele também escreveu textos para os programas Casseta & Planeta, Sai de Baixo e no Zorra.

 

Ao longo da carreira, Nani foi reconhecido por autoridades do humor e reconhecido por premiações internacionais. 


É ainda autor de diversos livros. Entre eles, estão “Batom na cueca”, “É grave, doutor?” e “Humor politicamente incorreto”. 


Seu mais recente livro, "Tem outra palavra na palavra", foi lançado em 31 de agosto deste ano. 


Nani deixou recado a alunos de Esmeraldas, sua terra natal, sobre a importância dos livros. 


Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com